O EDIT.WORK vai receber, nos dias 7, 14, 21 e 28 de março, as Growth Sessions subordinadas ao tema Agile: “To be or not to be”. Estas sessões serão abertas ao público interessado em saber e aprender mais sobre as metodologias ágeis, e por onde começar.

David Silva Cordeiro e Nuno Silva Pereira, ambos Delivery Lead na Equal Experts e co-organizadores dos Agile Connect Lisbon Meetups, são os oradores responsáveis por dinamizar as diferentes sessões.

A primeira Sessão, marcada para o dia 7 de março às 16h30, será de introdução ao Agile e como se pode enveredar por esta área, com os primeiros passos a tomar. A segunda Sessão, no dia 14, irá abordar as principais frameworks, como por exemplo o Scrum e o Kanban. No dia 21 de março terá lugar a terceira Growth Session, que tem como guidelines o planeamento, os standups e as retrospetivas: na perspetiva de “Continuous improvement and team checkpoints”. A última Sessão será no dia 28 de março, com o mote “Learning from the past, looking at the future”, dedicada a fazer uma recapitulação da Sessão anterior, com a partilha de experiências e lições, e espaço a discussão.

Assim, no final destas Growth Sessions pretende-se que os formandos tenham uma compreensão geral sobre o mindset de Agile, as suas boas práticas, formas de pensar e de trabalhar.

 

Sobre os formadores

Daniel Silva Cordeiro é atualmente Delivery Lead na Equal Experts, tendo passado por cargos como Software Developer, Scrum Master e Agile Coach ao longo do seu percurso profissional. É Co-organizer & Facilitator na Agile Connect, sendo por isso responsável pelos meetups desta plataforma de aprendizagem, em Portugal.

Nuno Silva Pereira é também Delivery Lead na Equal Experts, e no seu background profissional inclui os cargos de Product Owner, Project Manager e Business Development, em entidades como a Portugal Telecom e a NOS SGPS. É Agile Organizer & Facilitator na Agile Connect, tal como Daniel Cordeiro.

As inscrições podem ser feitas na página das Growth Sessions, aqui.

No mês de março as Growth Sessions do EDIT.WORK iniciar-se-ão com a temática Growth Hacking, repartida por quatro sessões. As inscrições são abertas ao exterior e poderás obter mais informações aqui.

Estas formações serão lecionadas pelo Head of Marketing da 360imprimir, João Machado. Na entrevista abaixo damos-te a conhecer o seu percurso profissional, a sua visão da importância actual do Growth Hacking assim como das características que considera fundamentais a quem utiliza esta metodologia.

Como aconteceu esta aventura pelo Marketing Digital ?

Quase por acaso! Comecei por trabalhar numa área de RH na PT(através do programa de trainees),  pouco tempo depois de ter iniciado o Doutoramento em Matemática Aplicada. Assim que terminei o Programa de Trainees e uma vez que não me tinha apaixonado por RH decidi investir numa mudança interna dentro do Grupo PT, tendo surgido a oportunidade de ir para o canal digital do MEO.

Com o evoluir do tempo fiquei responsável por todo o investimento de Performance do MEO (serviços, equipamentos e tarifários tanto B2C como B2B). 5 anos depois, e sempre aliciado pelo bichinho da performance, saí da PT e rumei à Kwanko onde trabalhei campanhas digitais de sectores como finance, FMCG, education, health&beauty, automotive,etc.

Posteriormente fui convidado para criar o departamento de digital da Brodheim – empresa que em Portugal representa marcas como Timberland, Guess, Furla, Burbery, Vans entre outras. No inicio de 2017 aceitei o convite para a posição de Head of Marketing na 360Imprimir, tendo como principais projetos a gestão das equipas de CRM, Afiliação, Non-traditional, Outbound, Content&Design.

Como é ser Head of Marketing de uma das startups com maior crescimento em Portugal?

Tem sido uma experiência fantástica e desafiante. A rapidez, o ritmo e eficácia que são necessárias no dia-a-dia na 360Imprimir em nada se comparam a outras realidades que eu tenha vivenciado ou conhecido. Crescer mais de 100% ao ano e tendo o objetivo de chegar a 100ME em 2020, exige renovação e motivação constantes, mas é este desafio e esta ambição que tornam este projecto tão entusiasmante.

Consideras que o Growth Hacking é fundamental para uma estratégia de crescimento das startups?
A filosofia subjacente ao Growth Hacking, apesar de não exclusivamente adoptada por startups, é algo que está nas fundações das mesmas. A necessidade de crescimento rápido, principalmente, quando existe financiamento externo, é algo que motiva um ritmo acelerado e que leva as Startups a querer testar rápido, errar ainda mais rápido e adoptar a melhor estratégia possível no menor espaço de tempo possível.
És da mesma opinião que Sean Ellis, de que o Growth Hacking é “marketing orientado para a experimentação”?
Definitivamente! Uma das maiores vantagens de trabalhar em Marketing (Digital) nos dias de hoje é a capacidade de rapidamente testar várias abordagens e de analisar esses mesmos resultados, para no final entregar aos utilizadores aquilo que eles querem experienciar. Tal como referi anteriormente é fundamental testar o máximo de variações que façam sentido e obter feedback por parte dos consumidores, quer analítico quer comportamental (através de ferramentas de monitorização).
Quais são as principais skills que um growth hacker deve ter?
O fundamental é ter um mindset altamente analítico, raciocínio lógico e espírito crítico por forma a não aceitar os padrões pré-determinados e ter capacidade de pensar out-of-the-box.

A partir do momento que determinada empresa decide adotar Agile, precisa de ter sempre em consideração a grande mudança cultural que isto irá implicar. É importante ter noção de que implementar uma metodologia desta natureza com sucesso, não acontece de um momento para o outro, e deve ser algo aplicado a todos os níveis da organização.

Um elemento chave da metodologia Agile é a “valorização de indivíduos e interações sobre os processos e ferramentas”. Por outras palavras, o foco primordial precisa de ser nas pessoas e nas competências.

A partir do momento que existem as skills necessárias e os projetos-piloto já foram preparados, a equipa pode decidir que ferramenta Agile será melhor, tendo em conta as necessidades da empresa. Existem várias metodologias ágeis, no entanto salientamos 5 das mais utilizadas.

Scrum

É sem dúvida a metodologia ágil mais popular e utilizada. A razão? Devido ao facto da sua framework de processo ser mais leve: esta usa ciclos de desenvolvimento denominados por Sprints e permite a maximização do tempo disponível para a produção de trabalho útil.

Esta metodologia é particularmente indicada para a gestão de projetos de software mais complexos e desenvolvimento de produto. Os seus maiores benefícios são o aumento da qualidade das entregas, a melhor resposta às mudanças de requisitos, proporcionar melhores estimativas utilizando menos tempo a gerá-las, a controlar o cronograma do projeto e a acompanhar as suas etapas. A única desvantagem do Scrum poderá ser o facto de não especificar deadlines em algumas tarefas.

Extreme Programming (XP)

Usualmente combinado com o Scrum, o XP adota uma abordagem de estilo de engenharia para vários aspetos do desenvolvimento de software e, através desta disciplina, consegue melhorar significativamente a qualidade do produto final.

Esta metodologia é construída em torno de toda a equipa e valoriza a simplicidade, a comunicação, o feedback, a coragem e o respeito. Sendo que uma equipa de programadores trabalha em conjunto para assegurar uma codificação consistente e para manter o sistema continuamente integrado, o código por eles criado é constantemente testado e melhorado de modo a atender às necessidades atuais da empresa. Uma das desvantagens desta metodologia prende-se com o facto de os seus requisitos serem expressos em forma de testes, o que deixa pouca margem para escalabilidade.

Kanban

É inspirado pela gestão Lean e assume uma abordagem incremental para a mudança dos sistemas organizacionais: o Kanban maximiza a eficiência organizando a desordem e melhorando a experiência do cliente. Fá-lo através da ênfase daquilo que são as prioridades, proporcionando à equipa de entrega um enfoque claro e identificando os problemas no processo de trabalho, a tempo de criar e implementar uma solução.

Esta metodologia coloca muito valor no fluxo de produção e permite prazos específicos, sendo bastante adequado para projetos de IT fora do desenvolvimento de software. Infelizmente, dado o seu maior foco na conclusão do projeto, tem uma capacidade mais limitada no que concerne a realizar retrospetivas.

 Iterative Development

Esta é uma metodologia precursora do Agile, na medida em que evoluiu a partir do método tradicional de waterfall. A diferença é que com o desenvolvimento iterativo, a codificação não começa até que cada fase da aplicação de software tenha sido revista, e os testes não iniciam até a codificação estar completa.

O  Iterative Development requer uma grande aplicação de desenvolvimento de software e divide-a em partes mais pequenas, projetando, desenvolvendo e testando em ciclos repetidos. Com cada iteração, podem ser aplicadas e testados novos recursos para criar uma aplicação de software final que esteja pronta a ser implementada de acordo com as necessidades dos clientes. Embora o desenvolvimento iterativo seja fácil de combinar com os aspetos do método waterfall, não existe uma maneira específica de o fazer, o que não o torna ideal para as equipas mais inexperientes.

 Lean Development

Esta é uma aplicação direta dos princípios de fabricação Lean no desenvolvimento de software, sendo mais fácil de aplicar em locais de trabalho onde já usem técnicas de Lean Management. Contudo, o seu método apenas foi adotado por uma comunidade relativamente pequena no mundo do software, e está ainda a ganhar tração.

Aplicar um método ágil nos processos de desenvolvimento de software ajuda a criar um sistema flexível, que pode alterar consoante os pedidos dos clientes. Estas metodologias não visam planear tudo com antecedência, mas antes desenvolver cada passo do processo de forma independente.

O Agile foi criado a partir do mesmo pensamento que a gestão Lean, que enfatiza a importância das pessoas na obtenção de eficiência. Se a equipa tiver os elementos certos, a empresa poderá escolher a abordagem Agile mais apropriada para a sua organização e projetos.

Fonte